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Hack

Essay by   •  October 28, 2010  •  1,559 Words (7 Pages)  •  1,180 Views

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INTRODUÐ--Ð"O

Hб alguns anos que vimos dizendo que o professor deve ser o primeiro motor da sua formaÐ*гo e que para isso deverб saber criar, gerir e negociar a dimensгo contextual que envolve a sua actividade profissional tornando-se para isso num contextualizador de contextos contextualizados (Ribeiro GonÐ*alves, 1993, 1993 a). Mais uma vez gostarнamos de sugerir que uma das funÐ*Ñ...es fundamentais da pesquisa em educaÐ*гo serб, a par da produÐ*гo de novo conhecimento, contribuir, atravйs da observaÐ*гo reflexiva, crнtica e produtiva, para uma regulaÐ*гo da prбtica docente eficaz retornando como mais valнa o desenvolvimento pessoal e profissional do professor. Poderнamos entгo dizer que hoje o que se encontra em discussгo й nгo sу o futuro da educaÐ*гo mas tambйm a educaÐ*гo do futuro a qual sу poderб avanÐ*ar com profissionais munidos de espнrito reflexivo e crнtico sobre a sua prбtica e formas de a melhorar.

ENQUADRAMENTO TEУRICO

No enquadramento dos atributos do professor antes referidos tentei desenvolver um trabalho de pesquisa em que considerei os seguintes pontos de partida:

1 - A imprevisibilidade que paira sobre o desenvolvimento de qualquer acto educativo pode, se mal gerida, colocar em perigo qualquer planificaÐ*гo prйvia e deste modo conduzir a qualidade da interacÐ*гo que se desenvolve na sala de aula para regiÑ...es menos produtivas em termos de riqueza pedagуgica.

2 - O professor й um tomador de decisÑ...es durante as quais enfrenta contextos que tem de decifrar, adjectivar, avaliar, gerir e negociar. Deste modo a tomada de decisгo pode ser considerada o ÑŠltimo passo dos mecanismos de processamento de informaÐ*гo, e a decisгo final nгo passa do produto de uma sйrie de decisÑ...es prйvias que acontecem durante os referidos processos de decifrar, adjectivar, avaliar, gerir e negociar contextos. Tal como diz Fox "We make decisions when we interpret visual images, words, sentences and the behaviour of others" (Fox, 1987, p.199).

3 - A gestгo e negociaÐ*гo destes contextos determinam a natureza e a qualidade da prбtica do professor.

4 - Durante aqueles processos o professor utiliza competкncias e nнveis de reflexгo que sгo possibilitadores e/ou inibidores do equilibrio entre o profissional e a pessoa total.

5 - A qualidade do clima social dentro da sala de aula varia na razгo directa da qualidade das decisÑ...es tomadas pelo professor.

6 - Porque a realidade actua com todas as forÐ*as em simultвneo й aconselhбvel que a investigaÐ*гo estude, (muito embora pese o reducionismo dos modelos teуricos com que se orienta), o funcionamento das suas variбveis nгo de modo isolado mas num cenбrio de interacÐ*Ñ...es e retroacÐ*Ñ...es constantes.

2. EducaÐ*гo e ComunicaÐ*гo. A necessidade de ensinar e aprender para assegurar a continua existкncia de uma sociedade й de facto tгo уbvia, que pode atй parecer que andamos Ðos voltas com uma frase feita. Mas a justificaÐ*гo estб no facto de tal кnfase ser uma forma de nos afastar de uma noÐ*гo escolбstica e formal de educaÐ*гo. A escola й na realidade um meio importante de transmissгo na formaÐ*гo do jovem; mas й apenas um meio, e quando comparada com outros, й um meio relativamente superficial. Sу quando compreendemos ser necessбria a existкncia de mais mйtodos de ensino, fundamentais e persistentes, й que podemos ter a certeza de colocar os mйtodos escolбsticos no seu verdadeiro contexto.

Finalmente, nгo sу a vida social requer ensino e aprendizagem para a sua prуpria permanкncia, mas o prуprio processo de vida em comum й educativo, alargando e clarificando a experiкncia, estimulando e enriquecendo a imaginaÐ*гo, criando responsabilidade para o rigor e vivacidade no pensamento e afirmaÐ*гo.

A reflexгo tambйm implica a preocupaÐ*гo com o assunto - uma certa identificaÐ*гo por simpatia com o nosso prуprio destino, com o desenrolar dos acontecimentos. Na guerra, para o general ou para o soldado comum, ou para um cidadгo de uma das naÐ*Ñ...es envolvidas na guerra, o estнmulo para o pensar й directo e urgente. Para os habitantes de paнses neutrais, й indirecto e depende em grande medida da imaginaÐ*гo. Mas o real partidarismo da natureza humana й prova da intensidade da tendкncia para nos identificarmos com um possнvel desenrolar dos acontecimentos e para rejeitarmos o outro como algo de estranho. Se nгo podemos tomar um dos lados na acÐ*гo concreta, e contribuir com algum do nosso fraco peso para ajudar a determinar o resultado final, tomamos partido emocional e imaginativamente. Desejamos este ou aquele resultado. Se alguйm for completamente indiferente ao resultado final nгo acompanha os acontecimentos nem pensa acerca do que estб a acontecer. Й a partir desta dependкncia do acto de pensar relativamente ao sentir que se partilham as consequкncias do que estб a acontecer que decorre um dos principais paradoxos do pensamento. Nascido na parcialidade, para realizar as suas tarefas o pensamento tem que alcanÐ*ar alguma real imparcialidade. O general que permite que as suas esperanÐ*as e desejos afectem as suas observaÐ*Ñ...es e interpretaÐ*Ñ...es sobre a situaÐ*гo existente seguramente cometerб um erro de cбlculo. Embora os desejos e os receios possam ser o motivo principal para um acompanhamento sйrio e profundo da guerra por parte de um observador de um paнs neutral, tambйm este pensarб de maneira menos eficaz na medida em que as suas preferкncias alterem o conteÑŠdo das suas observaÐ*Ñ...es e raciocнnios. Nгo existe, no entanto, incompatibilidade entre o facto de a ocasiгo em que se faz a reflexгo assentar numa participaÐ*гo pessoal no que estб a acontecer e o facto de o valor da reflexгo assentar em nos mantermos afastados dos dados. A dificuldade quase intransponнvel de conseguir atingir este distanciamento й prova de que o pensamento origina situaÐ*Ñ...es nas quais o rumo do pensamento faz realmente parte do rumo dos acontecimentos e estб destinado a influenciar o resultado. Й apenas gradualmente, e com um alargamento da бrea de visгo, mediante o desenvolvimento de simpatias sociais, que o pensamento se poderб desenvolver de forma a abranger aquilo que estб para alйm dos nossos interesses directos: facto este

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